O corte de orelhas (conchectomia), rabos e caudas (caudectomia) de cães já foi uma prática bastante comum, realizada em clínicas veterinárias e pet shops por todo o país. Apesar disso, a partir de 2013, uma resolução proibiu esse tipo de procedimento, pensando principalmente na saúde e bem-estar do animal.
Para evitar e impedir a realização ilegal dessas práticas, é essencial entender o que motivava esses procedimentos cirúrgicos e porque a proibição beneficia todos os cães.
O que são a conchectomia e a caudectomia?
O método da conchectomia refere-se ao corte de orelhas ou de partes da orelha, normalmente realizado em filhotes de até 3 meses de vida. Já a caudectomia é a realização de um corte do rabo ou cauda do cachorro, de forma total ou parcial, também sendo realizado nos primeiros meses de vida.
Ambos procedimentos não são considerados simples e podem causar dor e sofrimento ao animal durante o processo e também após. Assim, em toda cirurgia era essencial ter atenção redobrada com o animal, inclusive no pós-cirúrgico.
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Muitos cortes não eram realizados da forma adequada, sendo necessário submeter o cachorro novamente ao processo estressante e cansativo. Outros causavam infecções e outras complicações no cão, diminuindo a imunidade do cachorro e aumentando as chances de o animal desenvolver outros problemas na região da cirurgia.
Assim, é importante buscar entender as principais motivações por trás desses procedimentos, compreendendo também o que levou à proibição da conchectomia e da caudectomia.
Motivações
A principal motivação dessas práticas era estética, buscando realizar um desejo dos donos dos animais e não uma necessidade médica. Muitos animais crescem com características distintas do padrão da raça e essas cirurgias eram um mecanismo para deixar as orelhas ou rabos mais semelhantes aos animais clássicos da raça. Também há casos em que esses requisitos eram analisados em concursos de beleza de cães, levando muitos donos a procurarem médicos veterinários que realizassem o procedimento para preparar o cão para o concurso estético.
Outras causas envolvem a presença de doenças nessas regiões, como tumores. Nesses casos, os médicos veterinários podem realizar a conchectomia ou a caudectomia sem problemas, possuindo permissão legal para o procedimento.
Algumas das raças que mais eram submetidas à essas cirurgias são: boxer, doberman, poodles e schnauzer.
Proibição
A proibição é resultado da Resolução 1.027 de 2013 do Conselho Federal de Medicina Veterinária, que proíbe médicos veterinários de cortarem a orelha ou rabo de cães, seja de forma parcial ou total.
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No caso de médicos veterinários que realizem o corte, eles poderão ter o registro suspenso e a proibição de atuação na área, além de sofrerem pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. Caso os próprios donos realizem algum dos dois procedimentos, também estarão sujeitos à pena.
Embora a proibição já esteja em vigência desde 2013, ainda existem clínicas veterinárias, pet shops e donos de animais que realizam a conchectomia e a caudectomia. Por isso, é muito importante denunciar esses casos em delegacias de polícia, pois a mutilação de animais é considerada crime pela Lei dos Crimes Ambientais de 1998.
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