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Síndrome do cão nadador

Síndrome do Cão Nadador (SCN): Entenda o que é

Também conhecida como Hipoplasia Miofibrilar no âmbito da medicina veterinária, a Síndrome do Cão Nadador (SCN) é considerada uma alteração no desenvolvimento da mobilidade em cães recém-nascidos ou filhotes.

O nome, apesar de falar em Cão Nadador, não está relacionado à natação. A nomenclatura surgiu graças à posição na qual esses filhotes se mantêm: a barriga encosta no chão e as quatro patas ficam abertas, lembrando uma postura comum no esporte.

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Todos os cachorros podem sofrer da Síndrome do Cão Nadador, inclusive animais sem raça definida. Porém, estudos veterinários acreditam que essa alteração no desenvolvimento dos filhotes tende a aparecer com mais frequência em algumas raças, dentre as quais estão: Bulldog Inglês e Francês, Cocker Spaniel, YorkShire Terrier, Dachshund e Basset Hound. Outras pesquisas apontam que os pets de patas curtas tendem a ser mais predispostos ao aparecimento da Síndrome do Cão Nadador.

Síndrome do Cão Nadador: causas

Acredita-se que o principal causador do aparecimento da Hipoplasia Miofibrilar é o fato genético, o que faz da condição uma anomalia hereditária. Essa fator deve ser observado, em especial, por criadores de cães. Caso um dos pais dos filhotes tenha sofrido com a SCN nas primeiras semanas de vida, o ideal é já ficar atento e preparar-se para tratar dessa síndrome, caso algum dos filhotinhos nasça com ela.

Mas não só a hereditariedade exerce influência no aparecimento da Hipoplasia Miofibrilar. A insuficiência da enzima Glicose-6-Fosfatase no organismo do filhote também é considerada um agravante para que o mesmo acabe sofrendo com a Síndrome do Cão Nadador. Ademais, o ambiente no qual o cãozinho vive também pode ter poder de influência sobre o agravamento dessa anomalia: um piso liso e escorregadio é um dos grandes vilões em casos de SCN.

Sintomas da Síndrome do Cão Nadador

Por isso, caso o seu filhote se enquadre em uma dessas raças ou possua patas curtas, redobre a atenção nas primeiras semanas de vida, que são cruciais para determinar se o seu amigo sofre ou não de Hipoplasia Miofibrilar. Existem alguns sinais que podem ser facilmente percebidos durante esse primeiro momento da vida do seu cãozinho, dentre os quais:

  • Patas dianteiras e traseiras estendidas em excesso.
  • Abdômen e peito em contato frequente com o chão.
  • Problemas e dificuldades em locomover-se normalmente.
  • Dificuldade respiratória (dispneia).
  • Constipação e dificultação das necessidades fisiológicas.
  • Escoriações e hematomas na região abdominal, devido ao contato frequente da mesma com o chão.
  • Atrasos no desenvolvimento em comparação a outros cãezinhos.
  • Estar abaixo do peso recomendado para a idade.

Se você identificou um ou mais desses sinais no seu pet recém-nascido, é preciso redobrar a atenção e os cuidados e marcar uma consulta veterinária para um diagnóstico preciso e indicações de tratamento adequado ao seu animal, levando em conta o caso específico dele e as possíveis complicações associadas, como os problemas respiratórios e sopro cardíaco.

Diagnosticando e tratando a Síndrome do Cão Nadador

Ainda que você tenha identificado em seu filhotinho alguns dos sintomas listados acima, o diagnóstico final e a indicação do tratamento mais adequado para o seu pet só poderão ser feitos com segurança por um médico veterinário. Por isso, assim que possível, marque uma consulta e explique a ele o que foi observado.

Em geral, após um exame minucioso do animal e a constatação real dos sintomas da SCN, exames específicos de confirmação são pedidos para que o diagnóstico seja mais preciso. No caso da Hipoplasia Miofibrilar, o principal teste utilizado para confirmar a existência ou não da condição é a radiografia.

Caso sejam constatados agravantes da doença, como problemas respiratórios e cardiovasculares, outros exames serão realizados para verificar o estágio de comprometimento e determinar o tratamento e acompanhamento adequado.

Após o diagnóstico preciso da doença, é preciso colocar o tratamento em prática. Cada caso é único e necessita de atenção especial. Entretanto, na maioria dos casos, a fisioterapia é o caminho mais recomendado pelos veterinários para erradicar a Síndrome do Cão Nadador e dar ao seu filhote a qualidade de vida que ele deveria ter.

Normalmente, a rotina de fisioterapia deve ser de 4 a 5 vezes todos os dias, intercalando diversas técnicas que irão auxiliar no desenvolvimento da musculatura do seu pet e a colocar suas patas na posição correta. De 2 a 3 vezes por semana, é recomendado o comparecimento a um centro de reabilitação animal para acompanhamento médico do avanço do seu cãozinho.

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É imprescindível que a rotina de exercícios de desenvolvimento muscular seja montada com o auxílio de um médico veterinário especialista na recuperação de cães com essa e outras anomalias, de maneira a apenas trazer benefícios para o seu cão com os exercícios certos.

A natação assistida é um dos métodos mais utilizados para desenvolver a musculatura dos membros do seu cachorro. Equipamento especial deve ser utilizado para erguê-lo na altura da água sem imergi-lo por completo na banheira/piscina.

Esse mesmo acessório pode ser utilizado para manter o animal de pé, durante algumas sessões diárias, com duração de até 15 minutos. Amarrar as patas utilizando fita adesiva para que elas se acostumem a ficar no lugar certo é outra técnica fisioterápica muito empregada em cachorros com Síndrome do Cão Nadador.

Síndrome do Cão Nadador: prognóstico

Cada animal possui um tempo de adaptação e recuperação diferente. Porém, é convencionado que são necessárias, ao menos, duas semanas de um regime de fisioterapia intensiva para que os resultados comecem a aparecer e influenciar na rotina diária do seu animalzinho.

Juntamente com a fisioterapia, outros fatores precisam ser observados pelo dono durante o tratamento, como uma alimentação correta e balanceada, evitar o ganho excessivo de peso e criar um espaço com piso antiderrapante para que o cãozinho se sinta mais seguro.

As chances de cura são muito altas: cerca de 95% dos filhotes que nascem com a Síndrome e são submetidos a tratamento adequado conseguem levar uma vida normal, sem qualquer sequela. No caso de a anomalia vir acompanhada de agravantes respiratórios e cardiovasculares, o acompanhamento para além do centro de reabilitação também deve ser realizado, com um médico veterinário de confiança que faça exames periódicos de verificação da saúde do seu animal.

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