Demonstrações de medo, nervosismo e irritação são comuns em todas as raças de cachorros, podendo ocorrer de forma mais intensa conforme a idade e o modo de criação do cãozinho. O problema é quando esses comportamentos anormais se tornam mais frequentes, atrapalhando o dia a dia do animal e também dos seus donos.
Um cachorro assustado pode apresentar comportamentos diversos, como latir de forma excessiva, chorar, arranhar ou morder os donos, morder ou lamber partes do corpo repetitivamente, respiração e batimentos cardíacos acelerados, fazer xixi em locais e horários diferentes do normal, entre outros sintomas. Por outro lado, pode ocorrer que um cachorro assustado não demonstre nenhuma mudança de comportamento brusca no cotidiano, mas apenas em situações específicas, demandando mais atenção e cuidados dos donos.
O que causa?
Assim como os sintomas, as causas do medo e ansiedade em cachorros são diversas. Entre as causas mais comuns estão os barulhos provocados por fogos de artifício, trovões e explosões, a falta dos donos, medo de passear na rua e de carro.
É importante destacar que o ponto em comum entre as diversas causas é que o cachorro se encontra em uma situação diferente do que ele está acostumado:
– local diferente (uma casa nova ou ambiente externo estranho como praias, gramados, jardins)
– pessoas diferentes presentes (pessoas que ele não conhece ou que está há muito tempo sem ver)
– outros animais por perto (cachorros desconhecidos, animais grandes e, principalmente, animais de outras espécies)
Esses três cenários, individualmente ou em conjunto, podem deixar o cachorro assustado e alterado.
Além disso, cachorros frequentemente se assustam com traumas adquiridos ainda quando filhotes, época em que eles estão desenvolvendo seus sentidos e aprendendo a agir nos diferentes ambientes. Assim, é provável que um trauma causado no primeiro ano de vida do cãozinho, permaneça causando estresse e medo durante toda sua vida.
Também existem raças de cachorro que são mais tímidas e retraídas do que outras. Por isso, no momento de analisar um cachorro assustado e em pânico, é importante considerar quais as principais características da raça.
O que fazer?
O primeiro passo para solucionar o medo do seu cãozinho é identificá-lo, principalmente através da observação dos seus hábitos diários e da repetição dos sintomas que demonstram que algo não está bem.
Após identificar e analisar em que horários e locais o animal apresenta os sintomas, é necessário desenvolver uma postura a ser seguida sempre que a situação que o deixa com medo ocorrer: não superproteger o cachorro assustado, dando abraços ou segurando no colo; ignorar as reações dele como choros ou latidos; respeitar o espaço e o local que ele escolheu para se proteger; não se movimentar bruscamente perto dele nem estimular brincadeiras; não dar petiscos ou presentes. Esse padrão de comportamento deve ser seguido por todos os donos e pessoas que estiverem presentes no momento.
Observar o cão e respeitar seu tempo e espaço é essencial para que ele vença o medo. Não espere resultados rápidos e definitivos, pois cada animal possui uma maneira diferente de enfrentar dificuldades e obstáculos, de acordo com sua idade e raça.
Em casos mais graves, quando o cachorro assustado acaba por assustar outras pessoas – principalmente crianças – causando apreensão e preocupação excessiva, converse com um veterinário. Ele poderá diagnosticar corretamente o problema, analisar se está associado a problemas mais nocivos e indicar o tratamento adequado. Já existem remédios que podem auxiliar a acalmar um cachorro assustado e nervoso, mas que só devem ser medicados sob a indicação de um veterinário.
Como prevenir?
A prevenção de crises de medo e pânico depende essencialmente do conhecimento que os donos possuem sobre o comportamento habitual do seu cachorro. Estar muito atento ao cão é fundamental para identificar se o problema é resultado de um trauma, se é algo grave ou se é apenas uma reação normal do cachorro.
Por isso, é importante evitar que o cachorro desenvolva traumas – ou novos traumas caso ele já tenha algum – sempre respeitando a forma de ele lidar com as situações adversas. Proteger demais nunca fará bem ao animal, especialmente quando filhote. A cada reação exagerada que ele apresentar, ignore e deixe-o livre, fazendo com que ele entenda que está em um ambiente seguro e protegido.
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