Durante a vida, assim como os humanos, os cachorros também podes ser expostos a uma variedade de doenças e patologias, sejam elas provenientes do ar, como a tuberculose canina, ou de origem parasitária, como pulgas e carrapatos, que são as mais comuns.
Parasitas como pulgas e carrapatos podem, ainda, desencadear outros problemas além do incômodo e desconforto habituais em forma de coceira, como a Doença do Carrapato. Também conhecida como hemoparasitose, ela é transmitida através da espécime Rhipicephalus sanquineus, conhecido popularmente como carrapato marrom. Essa patologia pode se manifestar de duas maneiras distintas no seu cachorro: a erliquiose e a babesiose.
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A erliquiose é causada pelas bactérias do gênero Ehrlichia, sendo a principal delas a Ehrlichia canis. Elas afetam os glóbulos brancos do sangue do animal, o que pode causar uma série de complicações de saúde. Já a babesiose é ocasionada pelo contato do sangue do cachorro com o protozoário do tipo Babesia canis, que afeta e destrói os glóbulos vermelhos presentes na corrente sanguínea.
A doença do carrapato é um dos males que mais preocupam donos de cachorros, em especial os que possuem mais de um animal, uma vez que não existe vacina para preveni-la e, se não tratada, pode levar à morte do seu amigo. Tanto a erliquiose como a babesiose não são mutuamente excludentes e podem acometer o seu pet ao mesmo tempo, o que pode agravar sua condição e requerer tratamento ainda mais especializado e minucioso.
Doença do carrapato: transmissão
O seu cachorro pode contrair a hemoparasitose através do contato com um carrapato contaminado pelas bactérias e protozoários causadores de um dos tipos da doença. E, para contrair a patologia, este carrapato entrou em contato com essas bactérias e/ou protozoários ao sugar o sangue de um animal que já foi diagnosticado com a doença.
O ciclo de vida do carrapato marrom está intimamente ligado ao ciclo de transmissão da Doença do Carrapato. As fêmeas adultas da espécie abandonam o cão infectado e botam seus ovos fecundados no ambiente. Esses ovos eclodem e se transformam em larvas, que buscam um novo cão do qual podem se alimentar.
Nesta fase, o contágio do animal com os causadores de um dos tipos de Doença do Carrapato já pode ter ocorrido, uma vez que são necessárias apenas quatro horas de contato entre a saliva contaminada do carrapato e a corrente sanguínea do cachorro para que as bactérias e/ou protozoários sejam transmitidos.
Após atingir a fase de ninfa e estarem bem alimentados, os filhotes de carrapato retornam ao ambiente até atingirem a fase adulta. É comum que esses aracnídeos adultos voltem a se alimentar do mesmo cão, aumentando as chances de transmissão da doença.
Erliquiose: um dos tipos de Doença do Carrapato
A erliquiose é causada por bactérias do tipo Ehrlichia que entram em contato com os glóbulos brancos do sangue do animal através da picada e saliva contaminada do carrapato. Essas bactérias atingem todas as células do sangue, podendo ser encontradas, também, nas regiões do baço, sistema linfático, fígado e medula óssea do seu cachorro.
Conheça os sintomas da Erliquiose
Esse tipo de Doença do Carrapato possui três diferentes fases, nas quais é possível notar diversos sintomas e consequências.
Na fase aguda, que pode durar de duas semanas a um mês, as bactérias entram na corrente sanguínea e passam a se reproduzir. Como resultado dessa reprodução infecciosa, órgãos como baço, fígado e linfonodos são aumentados. São sintomas comuns nessa fase:
- Febre
- Anemia
- Letargia
- Falta de apetite
- Dificuldades respiratórias
É comum que muitos animais não evoluam para a fase seguinte, por terem um bom sistema imunológico que combata as infecções.
No segundo momento da infecção, a fase subclínica, que pode durar 10 semanas ou mais, a depender do animal, os sintomas mais visíveis da primeira fase não aparecem mais, sendo necessário um exame de sangue para determinar a permanência das bactérias no organismo do pet. O sistema imunológico do animal ainda possui papel muito importante nessa fase. Se, ainda assim, ele não conseguir combatê-la, a Erliquiose pode evoluir para a fase crônica.
Perda de peso, sensibilidade abdominal, aumento do baço e fígado e hemorragias ocasionais são alguns dos sintomas mais recorrentes quando a Erliquiose se encontra na fase crônica. Nesta etapa, o combate à infecção fica mais difícil, uma vez que a doença passa a apresentar características de uma patologia autoimune.
Tratando a Erliquiose
A administração de antibióticos é a principal alternativa de tratamentos para erradicar as bactérias da doença do carrapato em seu cachorro. Esse tratamento pode ser iniciado em qualquer uma das três fases da doença. A única mudança de uma fase para a outra é o tempo de medicação, que pode durar 21 se iniciado na fase aguda ou até mais de dois meses se começado já na fase crônica.
Doença do carrapato: Babesiose
O segundo tipo de Doença do Carrapato é causado pela infestação de protozoários do tipo Babesia no animal. Normalmente, a primeira infecção após o contato inicial com o carrapato dura por quatro dias. Se não tratada, é possível que ocorra uma segunda infestação mais forte e permanente.
Sintomas da Babesiose
De maneira geral, é comum que cães que sofrem de Babesiose não demonstrem nenhum sinal de que há uma infestação de protozoários em seu organismo, em especial se não forem animais muito ativos. Alguns sintomas costumam aparecer com mais frequência após exercícios físicos, procedimentos cirúrgicos ou combinações de infecções secundárias. Dentre esses indícios, encontram-se:
- Icterícia
- Fraqueza e apatia
- Diminuição no apetite
- Aumento do baço
- Febre
- Enjoos
- Urina escurecida
Tratamentos para a Babesiose
A depender do tamanho da infestação parasitária do seu animal, para erradicar a Babesiose será preciso um tratamento com duas frentes: uma que combata os protozoários e outra que resolva os agravantes de saúde que eles possam ter causado, como anemia e problemas renais.
O uso veterinário de piroplasmicidas é um dos tratamentos mais frequentes para combater o parasita e curar a doença do carrapato no seu cachorro. Para solucionar possíveis insuficiências renais e anemia, cada caso será analisado individualmente, de acordo com a gravidade e a urgência. Hemodiálise é uma das alternativas mais empregadas nesses casos.
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